Após gripe aviária, mais de 40 países suspenderam importações de carne de frango

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou para 24 o número de países que adotaram restrições à importação de carne de aves do Brasil em razão da detecção de um foco de gripe aviária em Montenegro. A lista inclui China, União Europeia, México, África do Sul, Argentina, Índia, Kuwait, entre outros. Já 16 países adotaram suspensão restrita ao Estado do Rio Grande do Sul, como Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido, Rússia, Ucrânia e Angola. E dois países – Emirados Árabes Unidos e Japão, suspenderam apenas importações de Montenegro.
Conforme o Ministério, as medidas sanitárias adotadas devem permitir o quanto antes a retomada de todas as exportações. O Mapa reitera o esclarecimento de que o consumo de carne de aves e de ovos não apresenta risco para a saúde.
A suspensão de importações, em um primeiro momento, pode ocasionar um impacto de até 300 milhões de dólares mensais nas exportações de carnes de aves do Brasil enquanto durarem embargos aos embarques do produto. A estimativa preliminar do BTG Pactual tem como base os volumes de 2024. O levantamento calcula que isso representaria cerca de 42% do valor total das exportações brasileira de carne de frango no ano ado.
O Vale do Caí, que tem na avicultura uma de suas principais atividades econômicas, incluindo a produção de frangos e ovos, além de grandes indústrias avícolas, ainda não tem uma estimativa dos prejuízos. A expectativa é de retomada gradual a partir do chamado vazio sanitário de 28 dias, prazo que encerra em 18 de junho após a conclusão das medidas preventivas como barreiras sanitárias e visitas em propriedades. Sem nenhum foco mais confirmado, a esperança é de que o Brasil volte a ser zona livre da influenza aviária. Entretanto, alguns países podem demorar mais tempo para essa retomada de compra de carne de frango. Com uma maior oferta de carne de frango e ovos no mercado nacional, os preços tendem a cair temporariamente.
Barreiras sanitárias volantes
Desde sexta-feira ada, as quatro barreiras sanitárias que estavam em rodovias como ERS-124 e BR-386, além de estradas perto da granja afetada, foram desativadas. aram a funcionar estruturas móveis, ou barreiras volantes. A mudança ocorre devido à atual estabilidade no controle do vírus e à ausência de novos casos de gripe aviária na região.
Outra alteração acontece na rotina de vistorias nas propriedades rurais. As equipes do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi) realizavam visitas a cada três dias em um raio de três quilômetros do foco. Já nas propriedades situadas dentro de um raio de 10 quilômetros, a vistoria ocorria a cada sete dias. Agora, as inspeções vão acontecer em quatro datas, até 17 de junho, com vistorias completas e atividades de vigilância sanitária em toda a zona de abrangência. “Esta mudança na estratégia é considerada mais adequada para o atual contexto sanitário e demográfico da região, marcada pela ausência de produções comerciais e pela predominância de pequenas criações familiares”, explica a diretora do DDA/Seapi, Rosane Collares.
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